18 de dezembro de 2013

Invictus (2009)

A morte de Nelson Mandela no último dia 05 de dezembro alçou o líder à imortalidade imprimindo seu nome na história e elevando sua memória ao panteão do qual fazem parte Gandhi e Martin Luther King. Um homem que lutou em prol da igualdade racial e direitos humanos sempre de forma pacífica. No período de 27 anos em que esteve preso Mandela buscou inspiração em um poema e o viu como raio de luz que emanava por entre as grades de seu confinamento arbitrário: “não importa o quão estreito seja o portão e quão repleta de castigos seja a sentença, eu sou o dono do meu destino, eu sou o capitão da minha alma”. O poema escrito em 1875 pelo britânico William Ernest Henley foi a trilha que guiou a luta pela vida e liberdade à qual Mandela recuperou somente em 1990. Em 1994 venceu as eleições presidenciais da África do Sul tornando-se, ironicamente, o primeiro presidente negro de seu país. Em 2009 Clint Eastwood dirigiu Invictus, que assim como o poema de Henley nos inspira a sermos melhores não apenas fisicamente, mas espiritualmente, inspira força, inspira paz, inspira Nelson Mandela.

Freeman X Mandela
Interpretado por Morgan Freeman ‘Madiba’, forma carinhosa de tratamento adotada pelos membros do clã de Mandela e que significa reconciliador, enfrentou muita resistência enquanto iniciava seu mandato. O modo calmo, sereno e seus métodos pacíficos o levaram a vencer o Prêmio Lênin da Paz em 1990 e em 1993 foi agraciado com o Nobel da Paz. Invictus é uma aula de superação e auto controle. Matt Damon vive François Pienaar, capitão da equipe de rugby sul africano, por possuir apenas um negro a equipe era vista como símbolo da supremacia branca. Mandela abraçou os mesmos brancos que anos antes o condenaram à prisão, tal ato causou um choque na população negra que ainda sofria com a violência e dilaceração de seu povo e país.

Matt Damon como François Pienaar
Ao ir a um jogo dos Springboks, a equipe de Pienaar, Madiba percebe que sua nação vaia e despreza os jogadores como se eles fossem o símbolo da segregação racial. O povo estava multiplicando o regime do Apartheid dentro de suas próprias mentes. Ele, então, busca conciliação com os brancos que ainda relutavam, mesmo dentro da própria guarda pessoal do presidente, quanto ao desenvolvimento da administração de Madiba e convida Pienaar para expor seus planos de vitória para a equipe comandada por ele. Mandela lê o poema que o inspirou a manter seu espírito libertador e vencedor enquanto esteve preso em Robben Island e expôs que há um ano de sediar a Copa do Mundo de Rugby uma vitória do esporte seria a vitória de seu povo que enfim selaria com um abraço todo o passado sangrento e traria no vento a promessa de dias melhores.

Confira o trailer:



Baseado no livro Conquistando o Inimigo – In Playing the Enemy – escrito por John Carl e adaptado por Anthony Peckham Invictus ganhou vida nas mãos firmes de Clint Eastwood que conta com todo o romantismo presente na revolução de Mandela aliado a seu carisma para desenhar esse momento único da história mundial. Invictus foi indicado a dois Óscares, melhor ator principal com Morgan Freeman e ator coadjuvante com Matt Damon.

Invictus

Dentro da noite que me rodeia
Negra como um poço de lado a lado
Agradeço aos deuses que existem
por minha alma indomável

Sob as garras cruéis das circunstâncias
eu não tremo e nem me desespero
Sob os duros golpes do acaso
Minha cabeça sangra, mas continua erguida

Mais além deste lugar de lágrimas e ira,
Jazem os horrores da sombra.
Mas a ameaça dos anos,
Me encontra e me encontrará, sem medo.

Não importa quão estreito o portão
Quão repleta de castigo a sentença,
Eu sou o senhor de meu destino
Eu sou o capitão de minha alma.


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